Processos infecciosos em renais dialíticos

Variados aspectos corroboram para os processos infecciosos na operacionalização da terapia renal substitutiva. Sabidamente, pacientes renais dialíticos decorrentes da desnutrição, do déficit de vitamina D, em virtude do rebaixamento do sistema imune, das infecções oriundas da contaminação do cateter, não diferentemente, da qualidade e adequação da água pós-osmótica para formação do dialisato, estão dentre os aspectos preponderantes para a problemática da TRS. Não obstante, o déficit na qualidade nos equipamentos para a filtração extracorpórea por falhas na desinfecção química e externa, as condições estruturais inadequadas para a realização da diálise, além dos gaps na coordenação e supervisão da mão de obra, bem como a ausência de atualizações e capacitações, são aspectos preponderantes para o insucesso da terapia. Indiscutivelmente, os acessos vasculares, como os cateteres de HD, constituem o fator de risco de maior prevalência relacionado à morbimortalidade em renais, claramente muito maior quando comparado às fístulas arteriovenosas e próteses. Vale destacar que os sinais flogísticos no sítio de inserção do cateter tem relação importante com a bacteremia. No tocante à pirogenia, sua ocorrência está relacionada à contaminação do dialisato e ao reuso, daí a importância na atenção ao reprocessamento dos capilares, entendendo que até mesmo aqueles de alto fluxo não exclui a possibilidade de tal problema e o cuidado necessário com as soluções de diálise. É bom frisar que já na avaliação pré dialítica deve-se perceber o estado do paciente, realizando a aferição dos sinais vitais, notar o aspecto do acesso, a pesagem e a higienização do braço para a punção. As máquinas devem estar com o cronograma de preventivas atualizado e disponível para a consulta. A sala vermelha nos serviços ambulatoriais deve estar preparada para eventuais intercorrências com equipe treinada para intervenção. A contínua atenção aos processos de educação envolvendo a equipe, pacientes e seus familiares, também constitui um elo importante no processo de prevenção às infecções.