De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 26,8% da população com 20 anos ou mais de idade no Brasil está obesa. Além das diversas doenças que esse problema pode causar — como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares —, esta é uma doença que pode desencadear a infertilidade tanto da parte das mulheres quanto dos homens.
Diversos estudos e evidências mostram que a obesidade pode causar impactos negativos ao potencial reprodutivo dos pacientes, dificultando o processo dos casais que estão tentando engravidar.
No caso dos homens, os resultados apontaram que o excesso de peso pode causar a alterações nos perfis hormonais, aumento da temperatura escrotal e o sêmen com parâmetros anormais, reduzindo a eficiência dos espermatozoides. Todos esses problemas também podem interferir até mesmo nas tentativas de reprodução assistida, reduzindo as chances de que a gravidez seja bem-sucedida.
Já no caso das mulheres pode ocorrer alterações na questão hormonal, fazendo com que o estrogênio tenha a sua produção e metabolização alterados. Além disso, outro problema hormonal que está relacionado com a obesidade é a Síndrome de Ovários Policísticos (SOP), que faz com que sejam produzidos testosterona em excesso, causando assim a ausência ou alteração da ovulação na mulher.
Alguns outros fatores, como a ausência de ovulação e má qualidade dos óvulos, podem ser desencadeados pela obesidade e fazer com que a concepção de um bebê por métodos naturais fique ainda mais difícil.
Quais são os riscos do sobrepeso para a fertilidade?
O sobrepeso e a obesidade podem interferir e muito na capacidade reprodutiva de homens e mulheres, uma vez que o excesso de gordura pode afetar os ciclos hormonais. Com isso, as enzimas do tecido adiposo começam a transformar os estrogênios em androgênios, promovendo esse desequilíbrio hormonal.
Todo esse processo faz com que haja uma alteração na secreção de FSH e LH pela glândula hipófise, e como os ovários precisam de estimulação desses hormônios, a ovulação pode não acontecer, dificultando a possibilidade de engravidar.
Além dessas alterações, o sobrepeso e a obesidade, estão associados a presença de óvulos de menor tamanho, alterações da receptividade do endométrio para implantação, taxa de fertilidade reduzida quando comparada com uma mulher e um homem de peso normal, além da ausência de espermatozoides no sêmen.
Quais são os tratamentos para infertilidade?
Quando o problema de infertilidade está associado ao sobrepeso e à obesidade, o primeiro passo que a mulher e o homem precisam tomar é mudar seus hábitos, seguindo uma dieta balanceada e saudável e realizando atividades físicas regularmente.
O outro passo que deve ser tomado, é procurar uma clínica de reprodução humana para que um especialista consiga identificar e analisar o motivo da infertilidade. Dessa maneira, ele conseguirá dizer se apenas o emagrecimento será o suficiente para que a mulher ou o homem se torne fértil novamente.
Nos casos em que apenas a perda de peso é suficiente para ajudar no retorno da fertilidade, algumas técnicas poderão ser realizadas como a Fertilização in vitro (FIV), Inseminação Artificial (IA) e ICSI.
Vale ressaltar que é preciso que haja a orientação de um profissional qualificado para que o indivíduo obeso consiga encontrar a melhor forma de aumentar as chances de realizar o sonho de ter um bebê.