A manutenção elevada dos índices de morbimortalidade por Sars-cov-2 tem desafiado a estrutura dos serviços de saúde, a capacidade de atendimento em alta complexidade, a produção e logística na operacionalização da imunização e o engendramento da gestão tripartite que decorrente ao tom político atual tem dificultado uma melhor performance no enfrentamento da pandemia. Pesquisas indicam que a manutenção do comprometimento renal em unidades de terapia intensiva e as repercussões mórbidas em dialíticos ambulatoriais segue encabeçando as estatísticas dos reflexos da pandemia, a despeito de tal panorama, seguimos com o impacto crescente fruto da problemática de investimentos e repasses na área de terapia renal substitutiva. Aproximadamente 145 mil pacientes encontram-se atualmente em programa de diálise ambulatorial no País. Não se dispõe no momento de estudos oficiais sobre as repercussões, em especial no aumento do número da clientela, reflexo das comorbidades inerente do pós alta da infecção por Sars-cov-2, todavia a perspectiva na operacionalização da diálise móvel de urgência, onde metade dos pacientes em ventilação mecânica evoluem a comprometimento renal agudo e ainda 80% daqueles submetidos a intubação orotraqueal evoluem negativamente aumentando de sobremodo a morbimortalidade por causas renais. Em outro espectro, pacientes em diálise ambulatorial que contraíram o covid 19 estatisticamente evoluem a óbito em 30% dos casos, demandando assim a premente necessidade de vacinação de todos os pacientes renais dialíticos bem como os profissionais do serviço de nefrologia. Como já discorrido anteriormente, independente do comprometimento do parênquima renal ou decorrente do processo infeccioso sistêmico, fruto da cascata de inflamação, fica cada vez mais evidente que as repercussões imunológicas com reflexo sistêmico podem inquestionavelmente levar a perda irreversível da função renal que quando não letal, gerará a demanda de atendimento clínico ambulatorial. Como contemplado em matéria anterior, quando a necessidade do combo vital para a covid-19, já tinha-se relatado a importância da estrutura para a filtração extracorpórea, realidade esta que impactou em todo o mundo os grandes gigantes do setor de hemodiálise pela dificuldade de suprir a demanda por jogos de equipamentos, respectivamente a osmose reversa e a máquina de HD. Nota-se ainda que frente ao aumento da comorbidade renal provocada pelas novas variantes, o maior número de comprometidos foram adultos jovens entre 30-50 anos, favorecendo assim também a mudança no perfil do comprometimento renal.
Morbimortalidade por Sars-cov-2
