O São Paulo é campeão da Copa do Brasil 2023. A espera para a conquista inédita do tricolor paulista terminou hoje (24), com o empate por 1 a 1 com o Flamengo. Uma tarde inesquecível no Morumbi.
O Flamengo abriu o placar com Bruno Henrique, mas Rodrigo Nestor empatou ainda nos acréscimos do primeiro tempo, amenizando a pressão que o rubro-negro trouxe após largar na frente.
Para ficar com o título, o time de Dorival Júnior se valeu da vantagem na primeira partida, quando ganhou no Maracanã por 1 a 0 — gol de Calleri. Dorival, inclusive, conquistou o troféu pelo segundo ano consecutivo, já que ano passado ganhou a Copa do Brasil pelo próprio Flamengo.
A Copa do Brasil era o último título que faltava na vasta galeria são-paulina. O time tinha batido na trave em 2000, quando perdeu a final para o Cruzeiro.
O título vale muito porque coroa o retorno de Lucas Moura ao São Paulo. Ele tinha conquistado o título anterior mais relevante do clube, a Sul-Americana 2012.
Para o Flamengo, este é o sexto título perdido na temporada, o segundo sob o comando de Jorge Sampaoli. Só resta o Brasileirão em 2023, mas a conquista é improvável porque a distância para o líder Botafogo é de 11 pontos.
A vitória na final rendeu ao São Paulo a premiação de R$ 70 milhões, apenas por levar a melhor no confronto decisivo. O Fla, por outro lado, ganhou R$ 30 milhões, além do que faturou nas fases anteriores.
O herói do Morumbi
A emoção de Rodrigo Nestor na comemoração do gol de empate do São Paulo vai além da euforia por fazer um golaço em um jogo tão importante
A finalização certeira, de primeira, após Rossi afastar um cruzamento de soco foi um recado, na bola, para um jogador formado em Cotia que conviveu com doses de desconfiança e respondeu na bola. Curiosamente, Nestor tem 23 anos e nasceu naquele mesmo ano 2000, quando o São Paulo perdeu a final da Copa do Brasil para o Cruzeiro.
“Eu amo vocês”, gritou Nestor para a torcida após ser abraçado pelos companheiros. Logo ele, que ganhou funções novas com Dorival Júnior, atuando na faixa esquerda do meio-campo, e, de certa forma, se reinventou.
Como foi o jogo
A temperatura foi alta em São Paulo. Em mais uma tarde na onda de calor que atinge o Brasil, os termômetros antes da partida apontavam 35º, o que motivou a realização de duas paradas técnicas.
O Flamengo começou melhor. Precisando mudar o panorama do confronto, o rubro-negro pareceu bem mais organizado do que em jogos anteriores. Tanto que teve pelo menos duas boas chances antes de abrir o placar.
Arboleda saiu cedo. O São Paulo precisou fazer a primeira alteração logo aos sete minutos de jogo, porque o equatoriano sentiu um problema muscular na coxa esquerda. Aí, Dorival recorreu a Diego Costa.
Arrascaeta foi titular e jogou adiantado. O meia uruguaio formou, na verdade, uma dupla de ataque com Pedro. O Fla fez um esforço para contar com ele na final, fazendo um trabalho intenso de recuperação após lesão na coxa esquerda. O uruguaio, no geral, não jogou tão bem e foi substituído no segundo tempo.
Gabigol começou na reserva. O camisa 10 foi preterido por Pedro. Na lógica de Sampaoli, foi melhor começar com um meio-campo mais encorpado – sobretudo no lado direito, onde atuou Gerson. Gabigol só entrou aos 28 minutos do segundo tempo, substituindo o próprio Pedro.
O momento decisivo da partida
Bruno Henrique deu esperança. A finalização de Pulgar rendeu uma ótima defesa de Rafael, mas a bola ainda foi na trave antes de encontrar o camisa 27. Foi assim que nasceu o gol do Flamengo, aos 40 do primeiro tempo.
A resposta rápida do São Paulo. O gol de Rodrigo Nestor evitou que o Flamengo fosse para o intervalo em vantagem. Ao mesmo tempo, incendiou a atmosfera do estádio e foi um balde de água fria nos planos de Sampaoli para o Flamengo.
São Paulo sustenta o placar e grita “campeão”. Com o empate construído no primeiro tempo, o São Paulo baixou as linhas, apertou a marcação e viu o Flamengo circular a bola – precisando de um gol para levar o jogo para os pênaltis. Só que esse gol jamais aconteceu, apesar das mexidas de Sampaoli, como a entrada de Luiz Araújo e Everton Ribeiro. O São Paulo botou fôlego novo no time, com Luciano e Michel Araújo, não aproveitou a chance clara que teve, mas não importou: a torcida soltou o grito de campeão.
Lances importantes
De cara! Logo no primeiro minuto, Gerson ganha pelo alto de Arboleda e Pedro sai na cara de Rafael.
A tentativa do atacante de encobrir o goleiro foi travada pelo são-paulino.
Cadê a direita? Aos 18 minutos do primeiro tempo, Gerson recebeu ótimo passe de Ayrton Lucas na área, conseguiu cortar Beraldo, mas a finalização de canhota foi fraca e defendida por Rafael. Chance clara desperdiçada pelo meio-campista convocado à seleção.
Triscou! Aos 35 minutos do primeiro tempo, Wellington Rato levou muito perigo ao gol do Flamengo com um chute de fora da área, da meia direita, que passou perto, por cima do gol.
De bike! Lucas Moura mandou uma bicicleta dentro da área e quase abriu o placar para o São Paulo, aos 37 minutos do primeiro tempo. A bola passou à direita da meta do Flamengo.
Chapada! Pedro arriscou de fora da área buscando o ângulo de Rafael, mas a bola passou muito perto do gol, aos 40 minutos do primeiro tempo. Por cima.
Quase! Aos dois minutos do segundo tempo, o Flamengo avançou pela direita, conseguiu o cruzamento e, na sobra, Fabricio Bruno bateu de primeira e mandou para fora.
Que isso, Luciano! O São Paulo quase matou o jogo de vez aos 41 minutos do segundo tempo, em um contra-ataque. A jogada construída por Lucas Moura chegou a Luciano, que entrada há poucos minutos. A zaga do Fla estava toda desarrumada, mas o atacante são-paulino mandou para fora.
Defesa do título! No esforço final, Ayrton Lucas arrancou da esquerda para o meio, bateu de direita no canto, mas Rafael segurou com firmeza. A defesa que sacramentou o título.