Rebeca Andrade, 22, encantou o mundo ao conquistar a primeira medalha olímpica da ginástica artística feminina do Brasil, de prata. Pela conquista esportiva e pessoal, ela recebe também uma bolada do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). Ela ainda pode ganhar mais, caso vença a final do salto no domingo (1°) e do solo na segunda-feira (2).
Veja a seguir quanto Rebeca e os outros medalhistas olímpicos receberão, como é a premiação do COB por tipo de medalha e a origem do dinheiro repassado pela entidade aos esportistas. No início da semana, o Brasil também levou outras duas pratas, no skate street feminino e no masculino.
Quanto os atletas ganham por medalha olímpica?
No caso de premiações individuais, como a ginástica e o skate, os valores pagos pelo COB são:
Ouro: R$ 250 mil
Prata: R$ 150 mil
Bronze: R$ 100 mil
O prêmio de Rebeca é maior, por exemplo, que o de um atleta dos Estados Unidos que conquiste uma prata: US$ 22,5 mil (cerca de R$ 114,3 mil, na cotação atual).
Os norte-americanos receberão US$ 35,5 mil (R$ 190,6 mil) por medalhas de ouro em provas individuais e, em caso de bronze, US$ 15 mil (R$ 76,2 mil).
Valor é maior para esportes coletivos Esportes coletivos recebem do COB valores diferentes, que devem ser divididos entre os atletas em partes iguais.
Para equipes com até seis atletas:
Ouro: R$ 500 mil
Prata: R$ 300 mil
Bronze: R$ 200 mil
Para esportes com mais de seis atletas, como futebol e vôlei:
Ouro: R$ 750 mil
Prata: R$ 450 mil
Bronze: R$ 300 mil
Premiação muito maior que na Rio 2016 A quantia concedida a Rebeca é mais de quatro vezes o valor pago pelo COB aos medalhistas dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Foram R$ 35 mil, independentemente do tipo de medalha. A correção ficou muito acima da inflação acumulada desde então.
Entre janeiro de 2017 e junho de 2021, a inflação foi de 20,82%. O Brasil terminou os Jogos do Rio em 13º lugar no quadro geral de medalhas, com 19 conquistas (sete ouros, seis pratas e seis bronzes). Com isso, o COB remunerou os atletas com R$ 665 mil.
De onde vem o dinheiro do COB?
Em 2001, uma lei definiu que até 2% de tudo o que for arrecadado com as loterias federais devem ir para o COB e o Comitê Paralímpico Brasileiro. O repasse é feito pela Caixa Econômica Federal. Em 2020, o COB recebeu R$ 122,251 milhões dessa que é sua principal fonte de renda. A entidade também tem em patrocínios e repasses do COI (Comitê Olímpico Internacional) outra fonte essencial de receita. No ano passado, o COB recebeu R$ 35,147 milhões em repasses nessa modalidade. O montante foi superior aos R$ 24,185 milhões de 2019.
Do dinheiro recebido das loterias, a entidade olímpica reservou R$ 6,2 milhões para a ginástica, mas só usou efetivamente R$ 4,956 milhões. O “incentivo”, como a entidade chama o prêmio em dinheiro, é importante para os atletas. No geral, poucos recebem patrocínios de empresas. Cerca de 80% dos esportistas do time brasileiro no Japão recebem a Bolsa Atleta concedida pela União. O governo federal gastou R$ 7 milhões para 256 bolsas para ginastas entre os ciclos olímpicos de 2016 e 2021. Ou seja, considerando que cada bolsa tenha sido para atletas diferentes e no mesmo valor, cada ginasta recebeu o total de R$ 27.343,75 nos ciclos olímpicos.