Como trabalhar no exterior legalmente

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Quase metade (47%) dos brasileiros com idade entre 15 e 29 anos querem se mudar do Brasil, segundo estudos divulgados pela Fundação Getúlio Vargas – FGV Social em junho deste ano. As dificuldades financeiras, a falta de oportunidades no mercado de trabalho e as incertezas sobre a economia nacional estão entre os principais motivos que fazem com que os jovens almejem uma vida fora do país.

Ainda de acordo com os dados da FGV Social, 70% dessa parcela da população afirmam que têm dificuldades para conseguir uma vaga de emprego. Como reflexo dessa situação, a taxa de desocupação já atinge 56,3% desses jovens.

Por isso, a vontade de se mudar para o exterior não abrange apenas a classe média alta, que quer realizar um intercâmbio e conquistar um diploma internacional, mas também a juventude com renda mais baixa, que deseja estabilidade financeira, segurança e qualidade de vida. Para esses jovens , morar em outro país representa a chance de trabalhar, juntar dinheiro e ter condições para realizar sonhos como comprar a casa própria, um carro e viajar.

Trabalho fora do país: por onde começar

Viver em outro país é uma experiência desafiadora e, também, enriquecedora.  “É uma oportunidade de conhecer novas pessoas, estar em contato com outra cultura e abrir novas portas profissionais”, destaca a psicóloga e especialista em Recursos Humanos, Giselle Loures. Ela ressalta, ainda, que os jovens que desejam trabalhar no exterior devem iniciar o planejamento  para retirar esse sonho do papel.

O primeiro passo deve ser pesquisar informações sobre o visto ou a permissão de trabalho.  “É necessário saber previamente a documentação exigida pelo país onde pretende-se morar”, orienta Giselle.  Dados levantados pelo site Intercâmbio & Viagem  apontam que Canadá, Irlanda, Portugal, Estados Unidos, Nova Zelândia e Austrália  estão entre os países que mais recebem brasileiros para trabalhar. No site do Consulado e em agências de intercâmbio é possível saber mais sobre os documentos necessários.

O intervalo de tempo entre o processo de pesquisa até a conquista de um visto ou permissão pode ser usado para aprender inglês ou outro idioma que será necessário para trabalhar em um novo país.

A oportunidade de emprego pode ser procurada ainda no Brasil. Isso pode ser feito pela internet, através de sites de anúncios de vagas e a rede social Linkedin, ou com o auxílio especializado de uma agência de intercâmbio, com as quais é possível aderir a programas específicos para trabalhar e estudar no exterior. Essa modalidade é bastante procurada por adultos que desejam passar uma temporada fora e pensam em emigrar posteriormente.

Na avaliação do diretor geral e fundador do Intercâmbio & Viagem, Homero Carmona, o caminho mais comum para conseguir um emprego no exterior é fazer um intercâmbio em países que permitam conciliar o trabalho e o estudo. “Desta forma, você consegue trabalhar legalmente no país.”

Ele explica que, em alguns lugares, como Irlanda e Austrália, inicialmente, há oportunidades como garçom, babá e nas áreas da construção civil, faxina e serviços. “Este é o caminho para praticar o idioma, conhecer pessoas e, então, procurar empregos na sua área de formação.”

Os programas de trabalho e estudo no exterior, usualmente, são vinculados a cursos de maior duração. “São, pelo menos, três ou seis meses para o aprendizado de idiomas ou, então, para especialização e ensino superior ”, diz Homero.

O especialista destaca as diferenças entre os programas existentes. “Alguns têm escopos mais fechados de trabalho, como Au Pair e Work and Travel, que limitam idade e tipo de trabalho, mas  garantem a vaga para o estudante”, informa. “ Entretanto, os programas que mais vêm atraindo os adultos são os de cursos de idiomas ou especialização na qual o visto dá direito a trabalhar. Neste segundo caso, o estudante é 100% responsável por buscar a sua vaga.”

Vantagens e desafios

Entre as principais vantagens de quem consegue um emprego no exterior estão a oportunidade de aprender novas técnicas, estar em contato com uma nova cultura e descobrir diferentes possibilidades para a vida profissional. Somado a isso estão as chances de um salário melhor e, consequentemente, mais qualidade de vida.

Entre os principais desafios estão a distância de casa e a saudade da família, insegurança para se expressar em outro idioma e os processos de adaptação à uma nova realidade e nova cultura.

Para enfrentar tantas novidades, é preciso preparo. “É uma mudança muito significativa e que terá muito mais chances de dar certo se for pensada, planejada”, analisa Giselle. “Toda vaga de emprego exige que o candidato esteja apto. Por isso, quem tem essa vontade de trabalhar no exterior também deve se informar e se dedicar para conquistar essa oportunidade.”

Homero Carmona reforça o que é necessário para quem deseja iniciar essa trajetória. “Conhecimento do idioma e da área de trabalho, cara de pau e força de vontade para encontrar as oportunidades são os principais atributos. Fazer networking com brasileiros e gringos no país também é imprescindível”, conclui.

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