Comprovadamente, o variado acervo de instrumentos e tecnologias empregadas na educação de crianças com transtorno do espectro autista tem se tornado ferramentas indiscutivelmente importantes neste manejo que prima como foco central a ambientação, aprendizagem, amenização de fatores intervenientes que potencializam a insegurança e ansiedade que acaba por corroborar com a improdutividade, mantendo por muitas vezes essa interface ritualística e repetitiva de muitas crianças dificultando a interação social e o aprendizado. De regra geral, tratamentos bem orientados e ambientes adaptados a particularidades respeitadas, além da compreensão dos perfis em muito auxiliam no desenvolvimento cognitivo e na abordagem do TEA. Neste ínterim, a terapia ABA, como linha da psicologia, se mostra valiosa tanto para profissionais da área de educação como na saúde. A Terapia ABA deve permear as particularidades e a individualidade de cada criança, como ferramenta acessória é fundamental na operacionalização da terapia renal substitutiva de crianças com DRC, pois a ambientação com os demais pacientes, a rotina durante as sessões, os incômodos típicos e previstos da terapia e a importância ímpar em se adequar a propedêutica está intimamente relacionada à qualidade de vida e progressão no tratamento envolvendo os aspectos dos cuidados com a FAV, CDL e dieta em especial na fase pré escolar. Indubitavelmente, a abordagem psicológica e de enfermagem devem promover a ambientação, igualmente correlacionando a participação familiar. O objetivo do manejo deve prover neste formato de ensino intensivo a independência, o prazer e sempre o incentivo para amenizar a ansiedade que atua bloqueando a interação e assimilação das informações que na propedêutica renal é fundamental. Percebe-se um acometimento cada vez mais paulatino em crianças com prejuízo nas funções renais. Atualmente no Brasil mais de 1500 crianças estão em terapia renal substitutiva, sendo em hemodiálise, diálise peritoneal e transplante. É desconhecido quantos deste possuem TEA
Outra problemática está inserida na falta de acesso ao serviço de nefropediatria e sua correlação com a terapia ABA, uma temática e abordagem nova e até então articulada em clínicas de hemodiálise e nem no serviço ambulatorial dos planos de saúde. Vale destacar que tais problemáticas se acentuam nas regiões norte,nordeste e centro oeste padecem por falta de mão de obra especializada estando implicada na dificuldade na prevenção da DRC. Outras repercussões associam-se ao déficit de crescimento, o desenvolvimento da anemia e a dificuldade no controle da hipertensão como fatores determinantes para a problemática renal em crianças. Crianças assintomáticas, a partir de 3 anos ou mais deve ser aferida a pressão arterial deve ser aferida uma vez ao ano. Já crianças,com problemas cardíacos, oncológicos e renais, devem verificar a PA rotineiramente. Tais aspectos necessitam ser destacados nos atendimentos terapêuticos para que o paciente com TEA seja avaliado holisticamente e não só nas demandas do autismo e sim correlacionando as evidências em outros aspectos como no renal onde será determinante apoios diversos para a continuidade do tratamento dialítico. A terapia renal substitutiva mais adequada para as crianças é o transplante renal devido à sua menor complicação e taxa de mortalidade baixa, contudo, atualmente nossa problemática está no viés técnico e estrutural para a realização do transplante. Dentre as condições para o procedimento está o peso mínimo de 6 kg do paciente. Rins de doadores abaixo de 18 anos devem ser utilizados igualmente em clientes em espera com mesma ou idade inferior. No que se refere à fila de espera para transplantes, nota-se diferenças em vários estados, como por exemplo em SP,onde o tempo de espera varia de 4-8 meses. Já no Ceará é de 30 a 60 dias, com igual situação no Rio Grande do Sul. No que tange à melhor indicação dialítica abaixo de 2 anos está a diálise peritoneal. Porém é bom ressaltar as considerações sobre higienização, limpeza, ambiente, dieta e demais cuidados para a manutenção do acesso. Quanto à FAV (fístula arteriovenosa) em crianças, a de se considerar o tempo, complicações, o controle de líquidos e a volta de envolvimento da criança na terapia que deverá a lidar com a negação, falhas no tratamento, dificuldades para seguir a dieta, o uso irregular do imunossupressor. Não estranhamente o manejo do adolescente portador de DRC está relacionado com o risco de perda do enxerto por não assimilar/seguir as orientações, por isso a terapia ABA torna-se uma ferramenta de articulação na propedêutica.