VAZAMENTO OU DESACERTO? Traficantes que mataram policial federal não eram alvos da operação

Os mais de 40 traficantes da facção Bonde do Maluco (BDM) que trocaram tiros com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), na manhã desta sexta-feira (15/09), no bairro de Valéria, não eram os alvos da operação.

Conforme a fonte do Informe Baiano, as equipes das Forças de Segurança pretendiam cumprir mandados contra integrantes da facção Katiara, que é parceira do Comando Vermelho (CV). Os investigadores de unidades especiais das polícias Federal e Civil, sem o apoio da Polícia Militar, adentraram um matagal na Estrada do Derba, por volta das 4h. O objetivo era cercar a região para posteriormente, às 6h, efetuar as prisões.

Porém, os trabalhadores não sabiam que o BDM estava no local fortemente armado e se preparava para atacar os rivais da Katiara. Ao perceber os policiais, os traficantes do BDM abriram fogo com fuzis e também jogaram granadas. Foram feridos três agentes, sendo dois federais e um civil. Lucas Monteiro Carybé, um dos atingidos, foi socorrido ao Hospital Geral do Estado e infelizmente não resistiu aos ferimentos. O investigador, homem de confiança do secretário Marcelo Werner, era considerado um policial padrão, correto, altamente capacitado e querido.

“Dia muito triste! Carybé era um irmão!! Faremos tudo o que estiver ao alcance para levar os responsáveis à Justiça. Manter a serenidade e adotar todas as ações necessárias para chegar aos responsáveis. Muitas equipes da PF, PC e PM na região, inclusive especializadas. Deus o receba e conforte sua família e amigos neste momento!”, escreveu Werner nas redes sociais.

O IB chegou a noticiar que tratava-se de uma emboscada, mas essa informação já foi descartada. Na verdade, foi um desacerto total com uma sucessão de erros.

Quatro traficantes já foram mortos, inclusive um homem conhecido como ‘Cara Fina’, que puxava o ‘bonde’. Fuzis e pistolas foram apreendidos. Três helicópteros do GRAER fazem varreduras e apoiam a ação.

Chama atenção o motivo da ausência de unidades da PM, a exemplo do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Rondesp, CIPE, e Batalhão Patamo, já que tratava-se de uma investida de altamente perigosa. Além disso, os militares conhecem com mais profundidade o terreno. Outro ponto é que, geralmente, antes dessas investidas, a PM realiza varreduras e posiciona, com ajuda de equipamentos de inteligência, as guarnições no terreno.

Há ainda, conforme a fonte do IB, suspeita de vazamento de informações, mas essa é uma possibilidade remota, embora tenham coincidências. Obviamente não se pode afirmar isso. Uma coisa é dada como certa nos bastidores das polícias baianas: subestimaram as facções criminosas. Uma sala de crise já foi implantada e as Forças de Segurança agora atuam conjuntamente.

CLIMA TENSO
Os estabelecimentos comerciais seguem funcionando na região de Valéria, mas as escolas estão fechadas. O clima é tenso. “Nunca vi tanta Polícia em Valéria na minha vida. Tem três helicópteros., mas eles estão aqui cercando tudo. Parece que tem bandidos ali no Hospital do Subúrbio, naquele matagal atrás. A região é muito grande”, disse um morador ao IB.

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