Norte de Minas – Prata, Caturra (Nanica), Terra, Ouro, Maçã. A lista com os tipos de bananas cultivadas mundo afora é tão grande quanto o gosto pela fruta. Em solo brasileiro ela é a mais consumida e, no resto do planeta, só perde para a laranja. Um alimento que se tornou tão popular que ganhou o dia 22 de setembro como data comemorativa.
Apesar de ser uma planta originária do continente asiático, o cultivo da banana se difundiu no Brasil e, hoje, Minas é o terceiro maior produtor da fruta no país, com participação de quase 12% no volume nacional. A expectativa é a de que, em 2020, cerca de 786 mil toneladas sejam produzidas no Estado, segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).
O Norte de Minas é responsável por mais da metade da produção de banana no Estado. As principais áreas de cultivo estão nos municípios de Jaíba, Janaúba, Nova União e Nova Porteirinha.
Mas foi em Delfinópo-lis, no Sul de Minas, que a fruta começou a ser cultivada no início dos anos 1990 e hoje é um dos principais motores da economia.
O produtor e membro da Associação dos Produtores de Banana de Delfinópolis e Região (Adelba), Sávio Marinho, acompanhou de perto o desenvolvimento da bananicultura no município. “Com a crise do café, em 1992, muitos agricultores procuravam alternativas. Com o incentivo da cooperativa dos cafeicultores de São Sebastião do Paraíso, nove famílias começaram a cultivar bananas”, relembra Marinho, segundo maior produtor da fruta no Estado.
Fatores como a proximidade de grandes centros comerciais, condições favoráveis de clima, boa topografia e fartura de água contribuíram para o sucesso da atividade. Delfinópolis tem, hoje, 150 produtores de banana ocupando 3.740 hectares, sendo 3.600 em produção e 140 em formação. A produtividade média local também chama a atenção. Cerca de 23,3 mil quilos por hectare, com estimativa de produção de 84 mil toneladas, equivalente a R$ 98 milhões.
DIVERSIFICADA
Segundo o coordenador de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio, as variedades de banana dos tipos Prata e Nanica são hoje as mais procuradas. Os motivos vão além da doçura no sabor. Ele ressalta que a fruta tem grande valor energético, com destaque para a concentração de carboidratos, sódio, magnésio e, principalmente, potássio. Sem falar na predominância de vitaminas C, A, B2 e B6.
“Além disso, a banana é matéria-prima para vários produtos, o que agrega valor à fruta. Há doces, bolos, pudins, farinha, banana-desidratada, até mesmo artesanato que pode ser feito com os pseudocaules (troncos) da bananeira”, explica o coordenador.
PESQUISA
Além do esforço dos produtores que se dedicaram à atividade e da assistência técnica que impulsionou o setor, o trabalho dos pesquisadores no campo foi fundamental.
Coordenadora do Programa Estadual de Pesquisa em Fruticultura da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Maria Geralda Vilela Rodrigues conta que o primeiro experimento com a banana no Norte de Minas foi em 1978. “A única restrição era a falta de água, mas isso foi contornado com irrigação. Desde então, os experimentos com a fruta não pararam. São quatro décadas de pesquisa constante com a banana naquela região”,