Monge tibetano de 19 anos morre após tortura em prisão chinesa

O monge Tenzin “Tamey” Nyima foi preso em agosto de 2020 por protestar pela independência do Tibete

O monge tibetano Tenzin “Tamey” Nyima, 19, morreu após ser submetido a espancamento em uma prisão na província chinesa de Sichuan, região centro-sul do país, nesta terça (2).

A polícia libertou o jovem em coma, mas Tamey não resistiu aos ferimentos, informou a Radio Free Asia. As forças policiais prenderam o monge em agosto de 2020 por distribuir folhetos e protestar pela independência do Tibete.

“Em 12 de novembro soubemos que ele foi internado em um hospital de Dartsedo [cidade de maioria tibetana em Sichuan]”, disse uma fonte próxima baseada na Índia, que falou sob condição de anonimato.

“Tamey sofreu tortura e maus tratos dentro da prisão. Ele estava com paralisia e em condição crítica de saúde”, afirmou a fonte. As proibições indianas às redes sociais chinesas dificultaram a comunicação e a busca de informações sobre o monge até a sua morte.

As autoridades da China já haviam detido o jovem em novembro de 2019 após outro protesto pacífico, também pela independência do Tibete. A Justiça libertou o monge em maio de 2020.

“O assassinato de Tamey é emblemático e evidencia a brutalidade da ocupação da China no Tibete e o total desrespeito pela vida humana”, disse John Jones, gerente da campanha “Tibete Livre” exilado em Londres, no Reino Unido.

A China assumiu o controle do Tibete em 1950, após o envio de tropas para uma “libertação pacífica”. Desde então, o território é uma das áreas onde há o maior número de restrições às liberdades individuais, por conta do histórico separatista tibetano. Fonte a referência