Na última sexta-feira, dia 15 de março, o mercado do cacau foi abalado por um impressionante salto, com os contratos fechando em US$ 8.150 por tonelada na bolsa de Nova York. Esse movimento abrupto colocou a comunidade cacauicultora em estado de alerta, pois sinaliza mudanças significativas no cenário comercial.
A situação se agravou ainda mais com relatos de interrupção ou diminuição do processamento em dois gigantes da produção de cacau: Gana e Costa do Marfim. Esses dois países são os maiores produtores mundiais de cacau, e qualquer alteração em suas operações impacta diretamente o mercado global. Como resultado, os estoques permanecem em níveis baixos, enquanto a demanda por cacau continua alta.
Hoje, dia 18 de março, os números continuam surpreendendo. Até o momento atual, a bolsa de Nova York já registrou um novo recorde, com os preços atingindo a marca de US$ 8.478 por tonelada. Esse cenário de valorização contínua está deixando todos os envolvidos no mercado do cacau em alerta máximo.
Analistas e especialistas do setor estão monitorando de perto esses desenvolvimentos, tentando entender as causas por trás desse movimento sem precedentes. Enquanto isso, os produtores, comerciantes e consumidores se preparam para enfrentar os impactos dessa volatilidade nos preços do cacau, que pode reverberar em toda a cadeia de suprimentos, desde as plantações até as prateleiras dos supermercados.
Com a incerteza pairando sobre o mercado e os preços continuando a subir, a única certeza é que os próximos dias serão cruciais para o setor do cacau, com desafios e oportunidades surgindo em meio a esse cenário de turbulência financeira.
O Brasil conseguiu “renascer” na produção cacaueira e está entre os produtores mais sustentáveis do mundo. Diante disso, os próprios produtores começaram a investir na verticalização da cadeia, com a produção de cacau e de chocolates finos.
Em 2022, o país produziu 260 mil toneladas de cacau e as indústrias produziram 760 mil toneladas de chocolates. De acordo com as projeções da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), em 2025 a produção nacional deverá suprir o volume de cacau para atender a demanda interna das indústrias de chocolate. Com essa perspectiva, a produção de cacau no Brasil deve continuar em alta até 2030 e deve dobrar o volume produzido por ano.
Atualmente, o cacau é produzido em maior parte nos estados da Bahia, principalmente a região sul e oeste, e em Rondônia, Espírito Santo e Pará.