O fluxo operacional da leptospirose envolve a prerrogativa de notificação e investigação epidemiológica como sendo uma zoonose de interesse público pelo seu alto impacto na saúde. Para algumas localidades o aspecto epidemiológico facilitará o fechamento diagnóstico enquanto associado a ele em outras localidades as alternativas clínicas e laboratoriais sejam ainda mais importantes, haja visto o aspecto diferencial que possua o perfil sintomático de outras doenças. A rastreabilidade decorrente da complexidade das fases evolutivas remete a uma acurácia maior para fins epidemiológicos e na prática clínica. Vale destacar que muito da rastreabilidade deste agravo de grande importância a saúde pública se dá na própria estrutura dos Laboratórios Centrais do Sistema Único de Saúde. No tocante às repercussões clínicas e as expressões variadas das suas complicações, o comprometimento hepático, respiratório e cardiovascular, estão entre os mais relatados quando se contextualizam os índices de morbimortalidade, em especial pelo perfil de urgência destas ocorrências, motivo esse que leva o serviço a deter uma expertise maior quanto a fisiopatologia. A necrose tubular aguda é das tubulopatias mais preponderantes na leptospirose, tendo como evidência a glicosúria, magnesúria, proteinúria, bicarbonatúria e fosfatúria. Discernente ao tratamento, a indicação é que em referências especializadas o paciente tenha um suporte mais apropriado. O monitoramento não invasivo, suporte respiratório, antibioticoterapia de amplo espectro e de espectro reduzido na confirmação diagnóstica e terapia dialítica quando constatada função renal alterada são aspectos fundamentais na abordagem ao paciente com leptospirose. O risco de agravamento remete a necessidade de suporte intensivo decorrente do déficit respiratório e a oscilação grave do ritmo cardíaco. Referente ao prognóstico, quando o manejado é adequado e satisfatório tende a atenuar o recrudescimento da sintomatologia hepática e respiratória e acabam rumando para a reminiscência.