A indústria automotiva enfrenta uma variedade de novos desafios, incluindo rápidas mudanças na economia digital e tecnologia em rápido crescimento.
Para ajudar a lidar com esses desafios, a indústria automotiva está evoluindo para uma cadeia de fornecimento global, onde as montadoras estão cada vez mais dependentes de fornecedores para desenvolver tecnologia e entregar produtos.
Esta mudança também tem o potencial de impactar a estabilidade da cadeia de fornecimento, especialmente entre os pequenos fabricantes.
A crise de escassez de semicondutores no setor automotivo tem desacelerado a retomada econômica da produção de veículos automotores ao patamar pré-pandemia.
Veja também: Carros 0Km por menos de R$ 50 mil viram raridade – veja lista dos mais baratos.
Veículos seminovos e clássicos surfam na crise
A cadeia produtiva na economia global tornou-se desordenada como a principal causa da crise dos semicondutores e do aumento dos preços para os consumidores.
Com um dólar forte, as commodities e produtos importados se tornam menos acessíveis, levando a uma maior demanda e aumento de preços no aço e outros itens. Isso também afetou os fabricantes em nossa indústria, que compram muitos componentes para seus produtos, que agora são mais caros de adquirir.
Houve também uma grande valorização dos carros clássicos. E estas tendências vão ter um grande impacto na maioria dos fornecedores e na base de fornecedores. Neste momento, quase 50% do custo de um carro típico vem de peças e componentes externos e do motor.
A Indústria no Brasil
A saída da Ford foi apenas o início de uma grande reestruturação que as montadoras terão que passar.
Um recente aumento nos preços da gasolina e outros fatores, como o alto custo de fazer negócios no Brasil, torna muito difícil para os fabricantes produzir automóveis no Brasil.
Outro entrave é a alta taxa de imposto no valor final do veículo. Nos Estados Unidos, o peso do imposto no valor final do carro corresponde a 6% e na Alemanha, 19%. No Brasil, este valor é cerca de 30%.
Popularização de veículos autônomos
A primeira grande tendência verificada pelo estudo é a popularização dos veículos autônomos.
A forma como cada montadora incorporará a inovação em seus produtos e serviços para o consumidor realizar seu trajeto definirá a liderança de mercado.
Os novos participantes do ecossistema automotivo podem fornecer serviços internos para ampliar as ofertas principais das montadoras.
Essa transformação terá grande impacto na sociedade como um todo porque muda a maneira como será a experiência dos clientes em seus trajetos de carro, surgindo uma série de novos produtos e serviços de mobilidade, centrados nessa experiência.
Por exemplo, em vez de dirigir para o trabalho, uma pessoa pode aproveitar esse tempo lendo notícias no celular, trabalhando ou estudando.
O foco será nas experiências que o consumidor poderá ter em seus trajetos cotidianos.
Propósito e personalização
Uma segunda grande mudança será o entendimento de que os veículos do projeto serão movidos por seu propósito, que é simplesmente ir de um lugar para outro. Embora isso possa parecer um conceito simples, é um conceito que provavelmente exigirá muitas novas formas de pensar para ser alcançado.
Por exemplo, uma família de carro de tamanho não é adequada para o transporte de uma pessoa. Inversamente, essa mesma pessoa não pode ir de carro com uma família pequena.
A demanda por essa dicotomia crescerá ainda mais com o advento da mobilidade compartilhada e dos veículos que se dirigem por conta própria.
Como resultado, as montadoras terão que começar a fabricar carros que se destaquem em uma tarefa ou função específica, em vez de simplesmente ser um bom carro.
Os veículos de motor feitos para a economia de energia são as mais econômicas e, por estarem mais amigas com o ambiente, vão poder passar a ser a próxima onda.
Transformação das montadoras
Por fim, o compartilhamento de carros mudará o modelo de negócios das montadoras.
Os automóveis são cada vez menos populares devido à propriedade dos automóveis estar em rápido declínio, especialmente em áreas urbanas e mais pessoas optam por compartilhar veículos em vez de possuí-los.
Espera-se que vejamos mais uma mudança em direção à mobilidade compartilhada, em oposição à tendência atual de mobilidade pessoal.
Isto não será feito com produtos personalizados, mas sim com serviços e aplicações personalizadas.
A proeza na fabricação não será mais o ponto de diferenciação, uma vez que as montadoras terão de competir nos serviços de mobilidade, mergulhando profundamente na imensa riqueza de dados à sua disposição para criar veículos que prontamente resolvem problemas.
Os clientes esperam que as empresas encontrem maneiras de aplicar os dados de forma a criar valor e novos produtos. Se não o fizerem, os clientes migraram rapidamente para outras marcas.