A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) optou por adotar a bandeira vermelha 2 –a mais cara–como referência nas contas de energia elétrica de junho. Isso significa que, para cada 100 quilowatts-hora consumidos, é acrescido o valor de R$ 6,24 na conta de energia elétrica.
No comunicado, a agência reguladora do setor de energia afirmou que “maio foi o primeiro mês da estação seca nas principais bacias hidrográficas do SIN (Sistema Interligado Nacional), registrando condições hidrológicas desfavoráveis. Junho inicia-se com os principais reservatórios do SIN em níveis mais baixos para essa época do ano, o que aponta para um horizonte com reduzida geração hidrelétrica e aumento da produção termelétricas”, o que eleva os custos relacionados a risco hidrológico.
No dia anterior, o governo federal emitiu um alerta de emergência hídrica para região da bacia do Rio Paraná, que abrange 5 Estados: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná e se estenderá de julho a setembro de 2021.
O sistema de bandeiras é usado para gerir o valor cobrado aos consumidores a partir das condições de geração de energia elétrica. Conforme a disponibilidade de insumos para a produção, a bandeira pode ser alterada em uma escala de verde, amarela e vermelha sendo a última quando há mais dificuldades.
A alteração da bandeira vermelha 1 (vigente em maio) para a 2 era esperada por especialistas. A principal matriz energética do Brasil é hidráulica e o país registrou em abril e também de setembro ao mês passado –período que, tradicionalmente, concentra mais chuvas– o menor índice pluviométrico na área dos reservatórios das hidrelétricas do SIN (Sistema Interligado Nacional) de energia elétrica desde 1931.
Com isso, os reservatórios das hidrelétricas entraram na estação seca em níveis muito baixos. O sistema do Sudeste e do Centro-Oeste, o maior do Brasil, está no pior nível desde 2015. Na noite desta 5ª feira (27.mai), o governo federal emitiu um alerta de emergência hídrica para região da bacia do Rio Paraná, que abrange 5 Estados: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná e se estenderá de julho a setembro de 2021.
No começo do mês, o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) decidiu acionar todas as usinas termelétricas que estiverem em condições de operar. Além disso, o Brasil importa energia da Argentina e do Uruguai desde outubro para mitigar o risco de colapso. O uso de térmicas, no entanto, é mais caro, mais poluente, e impulsiona a alta nas tarifas.