Sanções incluem a proibição das licenças de exportação aos EUA e restrição a vistos de oficiais do governo turco
Os EUA aplicaram sanções à Turquia nesta segunda (14), após o país comprar um sistema de mísseis terra-ar S-400 da Rússia. Washington já removeu o país da parceria F-35, que reúne outros países interessados em jatos da Lockheed Martin.
As sanções ainda incluem a proibição de todas as licenças de exportação dos EUA, o congelamento de ativos ao SSB – órgão responsável por todas as compras, projetos e aquisições da Turquia, desde as Forças Armadas até serviços de inteligência.
Washington também impôs restrições ao visto do presidente do SSB, Ismail Demir, e outros oficiais do setor. Os EUA argumentam que a venda garante “fundos substanciais” à Rússia, assim como o acesso do país às Forças Armadas turcas.
“A Turquia, no entanto, decidiu prosseguir com a aquisição, apesar da disponibilidade de sistemas alternativos e interoperáveis da Otan [Organização do Tratado Atlântico Norte] para atender aos seus requisitos de defesa”, diz a nota.
Em resposta, o vice-presidente da Turquia, Fuat Oktay, rechaçou as sanções. “Nenhum país irá influenciar a posição determinada da Turquia. Condenamos essa decisão e pedimos aos EUA que recuem o mais rápido possível”, escreveu.
“Não há ameaça”, diz Turquia
Demir afirmou que as sanções não têm força para prejudicar a indústria de defesa da Turquia. A estatal Anadolu Agency apontou que o país tentou comprar um sistema de defesa aérea dos EUA em 2017.
Sem sucesso, o país optou por assinar um contrato com a Rússia. Apesar das forças norte-americanas reforçarem que o sistema S-400 é incompatível com os jatos F-35 da Otan, a Turquia afirma que os equipamentos não estarão no sistema do bloco.
“Não há nenhuma ameaça para a aliança ou seus armamentos”, escreveu a AA. A Turquia disse ter proposto uma comissão para esclarecer questões técnicas, mas alegou não ter sido respondida pelos EUA.