Só no primeiro semestre deste ano, foram lançadas 4.166 novas unidades residenciais. Oferta acompanha o aumento da demanda dos consumidores.
Um olhar mais atento sobre os apartamentos em construção em São Paulo é capaz de perceber o aumento da oferta de imóveis de médio e alto padrão. O mercado visa a atender a demanda de uma parcela dos consumidores que, em meio à pandemia da Covid-19, mudou a relação com a própria casa.
No momento de isolamento social, em que muitos trabalhadores precisaram se adaptar ao home office e os estudantes passaram a estudar no ensino remoto, as famílias sentiram a necessidade de moradias que oferecessem um quarto a mais, que pudesse ser transformado em escritório ou uma área aberta, como varandas e espaços de lazer, para as crianças brincarem.
Assim surgiu uma demanda por imóveis de médio e alto padrão que tem se convertido em vendas. Apesar do agravamento da crise econômica em decorrência da instabilidade sanitária que se instalou no Brasil em março de 2020, o setor imobiliário continuou crescendo. Na capital paulista, o período da pandemia significou recorde de vendas.
De acordo com os dados do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP), o número de novas unidades vendidas em 2020 e no primeiro semestre de 2021 bateu a marca de 47 mil.
Apenas entre janeiro e junho deste ano, foram comercializados 29.935 novos apartamentos em São Paulo. Segundo o Secovi-SP, o número é o maior observado em um primeiro semestre desde 2004, quando foi iniciada a série histórica do levantamento.
Lançamentos
No recorte do segmento de médio e alto padrão, houve um incremento de 4.166 novas unidades lançadas no primeiro semestre deste ano, o que ampliou a oferta total em São Paulo para 22.879, conforme os dados do Secovi-SP.
Para este modelo de imóvel, as construtoras têm priorizado localizações estratégicas, mais afastadas do Centro, mas que oferecem infraestrutura completa em comércio, serviços, lazer e transporte. Bairros da Zona Oeste da cidade estão na lista dos que irão receber novos lançamentos, como Vila Romana, Perdizes e Pinheiros.
Valorização
Outro estudo, realizado pela empresa Data ZAP +, mostrou a valorização dos imóveis de São Paulo, tanto os de luxo quanto os econômicos. No primeiro segmento, o valor médio do metro quadrado aumentou 6,23%, chegando a R$ 13.607,12. Já no segundo, a alta foi de 6,25%, resultando em R$ 4.687,50 por metro quadrado.
Para os especialistas do mercado imobiliário, o movimento de redução da taxa de juros feito pelo Banco Central em 2020 e no início de 2021 facilitou o acesso ao crédito, o que contribuiu para o aumento das vendas, a valorização dos imóveis e o aquecimento do setor como um todo.
Nos últimos meses, no entanto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC vem elevando a taxa básica de juros Selic, fixada no momento em 9,25% ao ano. A expectativa é que em 2022, esse percentual aumente mais, na tentativa de controlar a alta da inflação.