“Uma vitória histórica, que faz justiça fiscal aos municípios e traz alívio às prefeituras de todo o Brasil”, assim o presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), prefeito Quinho, classificou a aprovação do Projeto de Lei 334/2023, que desonera a folha de pagamento de 17 setores da economia até 2027 e inclui os municípios, reduzindo a alíquota patronal do INSS das prefeituras. Por 430 votos a favor e 17 contrários, a matéria foi aprovada pela Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (30), mesmo dia em que as prefeituras da Bahia realizaram uma grande paralisação, com a adesão de municípios de 15 estados brasileiros. A matéria volta ao Senado por ter sofrido alterações no texto.
Ao estender o benefício fiscal ao setor público, o relatório da deputada Any Ortiz (Cidadania) atende a proposição do deputado líder do União Brasil, Elmar Nascimento, incluindo os municípios na desoneração pelo critério de PIB per capita, conforme apresentado no Projeto de Lei Complementar 51/2021, que tramita no Senado Federal, de autoria do Senador Jaques Wagner (PT). Com isso, o PL estabelece um quadro de alíquotas escalonadas por renda per capita de 8% a 18%, onde os municípios mais pobres pagarão menos.
Durante, toda a semana a UPB fez articulações no Congresso Nacional, com visita a gabinetes e líderes partidários. A entidade também promoveu uma paralisação que fechou 320 prefeituras baianas, em conjunto com outras 2 mil prefeituras de 15 estados, somando mais de 2 mil municípios no protesto. “Essa ação foi fundamental para sensibilizar os deputados. Durante todo o dia, só se falou da crise financeira dos municípios aqui em Brasília. Então, essa vitória é, sem dúvida, fruto da luta dos prefeitos e prefeitas da Bahia que levantaram essa bandeira”, destacou o presidente da UPB que prevê uma economia de cerca de R$350 mil/mês nos municípios menores.
Ao final da sessão que deu a vitória aos municípios, a relatora do PL334/2023, deputada Any Ortiz, parabenizou os prefeitos pela mobilização, na Câmara dos Deputados a favor da matéria, e disse que aprovação é o “reconhecimento da importância dos municípios na prestação de serviços fundamentais aos cidadãos, que não visam lucro e, portanto não podem ser taxadas como se empresas fossem. “Nós sabemos da perda de arrecadação dos municípios e da dificuldade que a grande maioria está enfrentando. Espero que tenha impacto positivo na boa prestação do serviço público”, disse a relatora.
A proposta que veio do Senado, onde o senador Ângelo Coronel (PSD) incluiu uma emenda para beneficiar os municípios, desonera a folha de setores como construção civil, call center, têxtil, transporte e outros como mecanismo de redução dos encargos trabalhistas e geração de novos postos de trabalho.