Doença de Crohn e retocolite: diferenças e semelhanças entre as doenças intestinais

Mais de cinco milhões de pessoas são acometidas por doenças inflamatórias intestinais em todo o mundo. No Brasil, houve o aumento dos diagnósticos nos últimos anos, o que elevou as estatísticas do país para cem casos a cada cem mil habitantes. Os dados são do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS) e foram divulgados pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) neste ano.

A situação acende o alerta para a necessidade de a população conhecer as doenças inflamatórias intestinais, seus sintomas e os fatores de risco. As informações contribuem para que as primeiras manifestações não sejam ignoradas e o diagnóstico possa ser dado ainda no estágio inicial, facilitando o tratamento e oferecendo mais qualidade de vida ao paciente.

De acordo com informações do Ministério da Saúde, as doenças inflamatórias intestinais se caracterizam por uma série de sintomas que se manifestam, sobretudo, na região do cólon, parte do intestino responsável pela extração de água e sais minerais durante o processo de digestão.

Dentre os principais sinais desse tipo de patologia estão cólicas, desconforto abdominal, dor, flatulência exagerada, alternância entre diarreia e prisão de ventre, sensação de barriga estufada e de esvaziamento incompleto do intestino. O Ministério da Saúde destaca que as manifestações podem ser mais intensas após a ingestão de cafeína, álcool e alimentos mais gordurosos. O cigarro também é responsável por intensificar o problema.

Alternando períodos de manifestação clínica com ausência dos sintomas, no médio prazo o paciente pode ter falta de apetite, cansaço e perda de peso. O agravamento de uma doença inflamatória intestinal pode provocar, ainda, problemas como distensão abdominal, febre, anemia e até mesmo desnutrição. 

Ainda segundo o Ministério, três em cada dez pessoas diagnosticadas com doenças intestinais inflamatórias apresentam dor nas articulações, problemas na pele e lesões oftalmológicas.

Acompanhamento médico ajuda na remissão dos sintomas

Autoridades de saúde alertam para que o acompanhamento médico seja realizado a fim de evitar o agravamento do quadro. As doenças inflamatórias intestinais não têm cura, mas podem apresentar remissão dos sintomas quando tratadas.

O médico gastroenterologista atua nos cuidados com todo o aparelho digestivo e poderá auxiliar no diagnóstico do paciente. Para isso, são realizados exames laboratoriais e endoscópicos.

Já o coloproctologista é especializado em patologias que acometem o intestino. Ele é o profissional que acompanha o paciente após o diagnóstico de uma doença inflamatória intestinal. 

Neste caso, o tratamento pode incluir dieta, medicamentos, terapia biológica e, em alguns casos, cirurgia. O médico especialista na área de coloproctologia está apto para realizar o procedimento cirúrgico. Em situações emergenciais, o paciente também pode ser atendido pelo cirurgião-geral.

Principais doenças

Segundo a SBCP, a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn estão entre as doenças inflamatórias intestinais com maior incidência na população brasileira. A principal diferença entre elas está nas regiões do trato intestinal que são afetadas.

A retocolite ulcerativa atinge o cólon e o reto, localizados no intestino grosso. Essa inflamação se manifesta nas camadas mais internas — a mucosa e a submucosa. Já a doença de Crohn pode afetar todo o trato digestório, incluindo a passagem que o alimento faz durante o processo de digestão, da boca ao ânus. 

No quadro da doença de Crohn, há maior prevalência da inflamação nas regiões do cólon, do intestino delgado e perianal. Neste caso, não só a mucosa e a submucosa são afetadas, como também as camadas muscular e serosa do intestino.

A retocolite ulcerativa, a doença de Crohn e outras inflamações intestinais são mais comuns em pessoas com faixa etária entre 15 e 40 anos. Diferentes causas podem contribuir para o aparecimento das patologias, como explica a SBPC. Dentre elas estão a hereditariedade, a alteração da flora intestinal, infecções, depressão e ansiedade. 

Prevenção

A recomendação do Ministério da Saúde para prevenir esse tipo de enfermidade é manter hábitos saudáveis para o corpo e a mente. Isso inclui uma alimentação equilibrada, com baixo teor de gordura, a prática regular de exercícios físicos e a realização de psicoterapia e técnicas de relaxamento. Também é recomendável evitar bebidas alcoólicas e cigarro.

Em caso de sintomas, as autoridades de saúde recomendam buscar o auxílio de um profissional. Quanto mais cedo o diagnóstico, menos invasivo será o tratamento, o que permite ao paciente levar uma vida normal, mantendo os cuidados necessários.

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